terça-feira, 20 de julho de 2010

Santa Edwiges furtada em Santos

Santa Edwiges Silesiana

A polícia de Santos, no litoral de São Paulo, vai usar as imagens de câmeras de segurança para tentar identificar o homem que furtou a relíquia de Santa Edwiges de uma igreja na cidade. O crime aconteceu no fim da tarde de domingo (18).
As imagens foram gravadas por duas câmeras. Com um paralelepípedo nas mãos, o homem entrou na igreja e foi direto até o altar. Foram três tentativas, até conseguir quebrar o vidro que envolvia a peça. Depois, colocou o relicário na cintura e saiu correndo.
Uma pessoa, que não quis se identificar e que saia do elevador e passou pelo corredor escutou o barulho. Ela se aproximou do vidro e viu o ladrão. “Ele só me olhou, enfiou embaixo da roupa e saiu correndo”.
A imagem estava na igreja desde fevereiro de 2008. Ela veio da Polônia e tem um significado importante para a Igreja Católica. “Representa uma riqueza espiritual, na fé e na tradição”, explicou o pároco da igreja, padre Samuel Fonseca.
“É uma peca grande, dourada, mas que não tem valor, não é ouro. O que tem valor é o valor sentimental. Levaram um pedacinho da santa”, disse a auxiliar administrativa Maria Regina Tanaka. Essa foi a quinta vez em sete meses que a igreja foi roubada.

São duas as santas de nome Edwiges, ambas polacas. Em idioma polaco, Jadwiga (pronuncia-se iádviga).
A primeira Jadwiga foi esposa do príncipe Henrique (Piast), quando da divisão da Polônia em principados, ainda na idade média. Reinou com o esposo em Wroclaw, capital da Baixa Silésia. Ela, no entanto, nasceu no Reino da Baviera, como princesa Edwiges de Andechs - em 1174 e morreu em Trzebnica, Polônia, a 14 de outubro de 1243 - mas é mais conhecida na Polônia pelo nome de Jadwiga Śląska (Edviges silesiana). Foi proclamada santa pela Igreja Católica em 1267. O dia 16 de outubro é dedicado a Santa Edwiges, popularmente conhecida como protetora dos pobres e endividados.
O jornalista curitibano, radicado no Rio de Janeiro, há muitos anos, Toninho Vaz, escreveu o livro "Edwiges, a santa libertária", pela Editora Objetiva, em 2005. (P.S. ...Tive o privilégio de colaborar)


Santa Edwiges rainha - Padroeira da Europa

A segunda Santa Edwiges de canonização mais recente foi a Św. Jadwiga Królowa - Santa Edwiges Rainha.
Filha do Rei Luis da Hungria e da princesa polaca Elzbieta, nasceu na Hungria em fevereiro 1374. Depois da morte do pai, a pedido da nobreza polaca, Jadwiga subiu ao trono da Polônia, em 16 outubro de 1384, coroada pelo arcebispo de Gniezno Bodzankę, como Rei e não de rainha com o título de "Hedvigis Dei Gracia Regina Poloniae, necnon terrarum Cracoviae, Sandomiriae, Syradiae, Lanciciae, Cuyaviae, Pomeraniaeque domina et heres". Tinha então dez anos de idade. Dois anos mais tarde, pelo bem da nação e da Igreja a Rei, casou-se com o Grão-duque da Lituânia, Jagiello, que correu para a mão de Jadwiga, após prometer batizar-se católico apostólico romano, juntamente com seu povo, a Lituânia, para aderir à Coroa das duas nações.
Em 1397, recebeu o consentimento do Papa Bonifácio IX para a abertura da Faculdade de Teologia da Universidade de Cracóvia. Através de sua disposição, a Rei contribuiu para a renovação da mesma universidade, que desde a morte de seu esposo é denominada Iaguielônica. É considerada a fundadora desta universidade, a mais antiga da Polônia e segunda da Europa Central e uma das mais antigas do mundo. Em suas cátedras, Mikolaj Koperniko e Karol Wojtyla receberam os títulos de doutores.
Com 25 anos, Jadwiga logo após o nascimento de sua filha, morreu em 17 de julho de 1399. Santa Edwiges Rainha é chamada de a mãe de seu povo e da Mãe das Nações.
Em 08 de junho de 1979, o Papa João Paulo II celebrou missa em honra da Rainha Edwiges, em seu túmulo, na Catedral de Wawel, em Cracóvia, confirmando sua beatificação de 08 de agosto de 1986.
Uma missa campal para quase 4 milhões de pessoas, em 2002, no Parque Blonia, em Cracóvia, o Papa João Paulo II, polaco como a Rei, a canonizou Santa Edwiges Rainha. Recentemente, a União Europeia a elevou a Santa Padroeira da Europa. Seus restos mortais estão numa capela dentro da Catedral de Wawel, em Cracóvia.