quinta-feira, 14 de maio de 2009

Polaco quer ser presidente da Lituânia

Foto: divulgação do candidato

A Polônia e a Lituânia já formaram nos séculos 15,16,17 e 18 uma das maiores repúblicas do mundo. Os dois povos, embora a diferença étnica e línguas bastante diferentes sempre estiveram unidos. Os territórios dos dois Estados também sofreram muitas alterações ao longo dos últimos séculos. Os dois mapas atuais são resultado dos acordos pós-segunda guerra mundial entre Stalin, Churchil e Enseinhower. Acordos que definiram o destino dos dois Estados, mas nos quais nem polacos, nem lituanos foram ouvidos. Assim que a importante cidade de Vilno, que sempre foi polaca, desde 1945 é atualmente a capital da Lituânia. Os poetas polacos Adam Mickiewicz e Czesław Miłoć nasceram em Vilno. Assim como os dois, muitos polacos permaneceram nos antigos territórios, ou voltaram para suas terras durante o período comunista.
Em função disso há uma importante comunidade polaca vive na Lituânia até hoje. Até recentemente as ruas e logradouros públicos da capital lituana e algumas outras, onde é forte a presença polaca possuiam denominação nos dois idiomas. Mas uma lei aprovada apagou as evidências polacas em placas destas cidades.
Agora um polaco, Waldemar Tomaszewski, acredita que poderá ser eleito presidente da Lituânia. Tomaszewski acredita ter chances, pois segundo ele, os lituanos há alguns anos estão envolvidos em escandalosas negociatas com a soberânia do país. Muitos dos lituanos já não suportam ver seus políticos tentando barganhar o país entre a União Europeia e a Rússia.
Tomaszewski de 44 anos, diplomou-se em engenharia em 1990 e nove anos depois já era presidente da Ação Eleitoral dos Polocos da Lituânia. Um ano depois, ele foi eleito para um mandato como deputado no Congresso Lituano.
Neste 17 de Maio começa o período de campanhas eleitorais que vão eleger o novo presidente do país. E segundo as pesquisas de opinião pública, o lituano Dalia Grybauskaite que é o atual comissário da UE para orçamento tem 60 por cento das intenções de voto. Em segundo lugar aparece o presidente do Partido Social Democrata Algirdas Butkeviczius com cerca de 7 por cento.
O polaco Waldemar Jacek Tomaszewski Różalski tem apenas 2 por cento, mas está confiante. Pois ele acredita que além da expressiva minoria polaca do país, vai contar com o apoio de outras minorias como os bielorrussos, russos e daqueles lituanos cansados dos escândalos políticos do país. A situação pode reverter no decorrer da campanha, pois sua Ação Eleitoral Polaca é considerada pelos próprios lituanos como uma organização honesta e de bons propósitos. E entre suas propostas está a de confiscar os bens dos políticos corruptos e devolver para o Estado tudo o que foi roubado e desviado. Já para a minoria polaca, ele promete dar uma solução imediata para o problema da ortografia dos nomes polacos que passaram a ter obrigatoriamente tradução para o lituano. "Polacos e pessoas de outras minorias devem escrever seus nomes como queserem.", diz ele, acrecentando que outro grande problema é devolver aos legítimos proprietários os terrenos e imóveis em Vilno e região. "A reprivatização aqui é extremamente lenta".
Para ser indicado a candidato, ele precisava de 20 mil assinaturas de eleitores. Conseguiu o número recorde de 37 mil assinaturas. Para se ter uma idéia da importância destas assinaturas, basta dizer que o candidato mais cotado nas pesquisas Dalia Grybauskaite conseguiu mil assinaturas a menos que o polaco.

Grupo polaco de Tugiel, nas festas de Vilno.