sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Dezoito anos sem ele


Não poderia deixar passar em branco, o dia 12 de dezembro, sem mencionar o quanto o ator e diretor de teatro José Maria Santos foi importante na minha formação. Como uma simples homenagem conto aqui um pouco deste talentoso artista, pois a história que não se conhece tende a suprimir pessoas e fatos importantes para o entendimento da atualidade.

José Maria Ferreira Maciel dos Santos, mais conhecido como José Maria Santos, Zé Maria, Zé ou simplesmente "Véio", nasceu em Guarapuava, em 12 dezembro de 1933,mas preferia dizer para todo mundo que era lapeano, já que foi muito cedo com a família para a Lapa. Com 12 anos acabou em Curitiba, onde continuou seus estudos até o ginásio. Em 1954, começou a a estudar na Escola Dramática do Sesi. Sua carreira paralela de vendedor fez com que ele trabalhasse em diversas empresas, entre elas, Tecelagem Imperial, White Martins e Sidney Ross. Em 1958, junto com o amigo Ruben Valduga funda a Cia. Dramática Independente.


Casou com Ruth Wolski em 1959, com quem teve 4 filhas e 1 filho. Em 1971, depois de uma apresentação de "Lá", na Escola Técnica, oferece-se ao diretor da ETFPR para criar um grupo de teatro com alunos daquela instituição. O diretor Ivo Mezzadri, contrata-o logo em seguida como professor. Nesta escola, ele permanece até morrer em 3 de janeiro de 1990. Primeiro e único ator paranaense a receber uma premiação do cinema nacional sem jamais ter abandonado o Paraná. Foi "Kikito de Ouro" de melhor ator coadjuvante, no Festival de Cinema de Gramado por sua atuação como Dr. Aurélio, no filme "Aleluia Gretchen" de Silvio Back. Recebeu inúmeros outros prêmios em festivais pelo Brasil inteiro. Mas ficaria conhecido pelo inconfundível Dr. Raul da peça "Lá" de Sérgio Jockymann, onde ficava preso, num toalete, durante um fim de semana inteiro. Zé encenou "Lá", mais de 1800 vezes durante quase 20 anos de temporadas. Certamente este é um recorde digno do Guinness e dificilmente alcançado no Brasil.

Por isto, um currículo do ator José Maria Santos poderia muito bem começar assim: "Eis as peças que ele não fez! ". Zé Maria já fez tantas peças que é mais fácil e econômico relacionar as que ele não fez. De qualquer forma, Zé Maria teve duas iniciações teatrais; uma quando tinha três anos de idade e foi obrigado a encenar uma longa choradeira para ganhar um sorvete. A outra, em 1954, na escola de Arte Dramática do Sesi.Ele nunca mais parou. Nem quando o sinal fechou. Como vocês devem estar lembrados, dez anos depois da iniciação teatral do Zé Maria o sinal fechou com a ditadura militar brasileira... evidentemente voltou a abrir nas décadas seguintes, mas ele esteve sempre presente nos palcos durante aquele período e depois. Infelizmente um dia, o sinal fechou mesmo para ele. Era 3 de janeiro de 1990. Ele não pode fazer nada para impedir. 

Hoje, Zé Maria, é para muitos curitibanos apenas um teatro na rua Treze de Maio. Mas para outros tantos é justamente isto: O maior ator do Paraná de todos os tempos.

Lei Marcial justificada


Vinte e sete anos após a decretação da Lei Marcial de 1981, na Polônia, 44%  dos participantes na pesquisa de opinião pública alertam que ao seu tempo a decisão do general Wojciech Jaruzelski foi justificada. Um terço dos entrevistados discordam. 
A agência de pesquisa Pentor faz uma comparação sobre o assunto da atual enquete com outra realizada há 13 anos. Na anterior pesquisa, era maior a compreensão de que a Lei Marcial foi necessária. Naquele 2000-03 o poder na Polônia era do Partido de esquerda SLD do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski.  Uma possível intervenção da URSS usada como justificativa para o período marcial é aceita por 37% dos entyrevistados, nesta última enquete. Em 2005, era 45%. A Pentor entrevistou mil pessoas nas últimas duas semanas de novembro.

P.S.  A pesquisa coincide com a estréia do filme sobre o Coronel Kukliński e as declarações da CIA de que realmente Jaruzelski sabia dos planos de Moscou de invadir a Polônia devido as ações de Lech Wałęsa e o Sindicato Livre Solidarność.

O acompanhamento da opinião pública por um período tão longo como este da Pentor pode sugerir diferentes interpretações. A primeira é a de que as pessoas tendem a esquecer o entedimento dos fatos passados, mas por outro lado, a segunda interpretação é a de que o distanciamento, o esfriar das emoções, o aparecimento de novos estudos, permite uma maior compreensão. 

Polônia em gotas - 5

Os polacos passam em família os feriados santos:

- 93% passam em família o Natal
- 90% passam em família a vigilia e ceia de Natal
- 92% passam em família a Páscoa
- 89% passam em família o Dia de Todos os Santos (finados)
- 64% passam em família o Ano Novo (reveillon)

Ou seja, O natal é uma festa famíliar.

Por isto, 
- 94% dos  polacos são religiosos
- 6% dos polacos não têm religião nem crêem em nada.
Destes,
- 52% dos polacos vão à igreja uma vez por semana
- 17% dos polacos vão à igreja uma, duas vezes ao mês
- 18% dos polacos vão à igreja algumas vezes no ano
- 13% dos polacos nunca vão à igreja.