quarta-feira, 22 de agosto de 2007

A banda na "Gazeta do Povo"

O jornal "Gazeta do Povo" de Curitiba, publicou, nesta quarta-feira, 22 de agosto, na capa do caderno "Cultura G" a matéria abaixo, assinada pelo Irinêo Netto, sobre o lançamento do livro do cartunista e jornalista Dante Mendonça. Tá bem legal, apesar do uso constante do termo polonês no texto. Ou é uma norma do jornal, estilo do jornalista, ou é censura mesmo ditada pela "Associação das Senhoras polonesas do Capão Raso", que no passado foram até a redação do jornal para protestar contra o título do meu livro "Saga dos Polacos". Polaco neles e nelas! hehehehe

Ascensão e queda da banda polaca
IRINÊO NETTO
O cronista Dante Mendonça fala sobre a história e o humor dos imigrantes poloneses em Curitiba


Até pouco tempo atrás, usar o termo “polaco” em relação a alguém de sangue polonês era uma ofensa grave. Ninguém sabia explicar muito bem o porquê, mas era melhor evitá-lo.Hoje, existe até quem defenda que o mais apropriado é polaco e não polonês. No final das contas, as duas palavras têm o mesmo significado e ambas podem ser tão ofensivas (ou não) quanto qualquer outra, dependendo do modo como se fala e do contexto da conversa.A discussão sobre o certo e o errado no universo dos imigrantes poloneses no Paraná está nas primeiras páginas de A Banda Polaca – Humor do Imigrante no Brasil Meridional. Disposto a reunir algumas das histórias engraçadas envolvendo o povo que, recém-chegado ao Brasil, carregava um sotaque que os levava a falar “iéu” no lugar de “eu” e a usar gerúndio (“dizendo”) sempre que um verbo no infinitivo (“dizer”) era necessário, Dante Mendonça se viu diante de um “campo minado”. Atravessá-lo era mais difícil do que podia imaginar.“O humor étnico é sempre complicado”, admite o cartunista, cronista e autor do livro Botecário. “A Yoko Ono (viúva de John Lennon) disse que a mulher é o negro do mundo. Pois os poloneses são tidos como os negros da Europa”, explica. Como não queria fazer uma típica coletânea de piadas, o escritor acabou criando uma obra que mistura elementos históricos e humorísticos.
Mendonça: terreno minado
Descendente de italianos, nascido em Nova Trento (SC), Mendonça veio para Curitiba em 1970 e, seis anos depois, era um dos responsáveis por instituir a Banda Polaca, espécie de resposta curitibana bem-humorada ao carnaval carioca.
Se, no Rio, as mulatas sambavam debaixo do sol, na capital paranaense, de “pluviosidade acima da santa paciência”, seriam as polacas a desfilar em carros abertos.A Banda Polaca entrou em crise em 1981, ano em que agrediram o travesti de nome Gilda que levou um chute na cara enquanto tentava subir em um dos carros do desfile. Um ano depois, a banda passou a se chamar Vermelha e Preta. Era o início do fim (que veio no ano seguinte).“Vinte e seis anos depois, a Banda Polaca ressurge no papel para emprestar seu nome ao título deste livro, com o sentido de parte, lado, jeito de um Brasil diferente”, escreve Mendonça na apresentação, para depois dedicar o livro aos integrantes da banda, que o fizeram “polaco com muito orgulho”. O prefácio é do jornalista Ulisses Iarochinski e o posfácio, do escritor Wilson Bueno.

A banda: garotas participam do carnaval de 1976


Curitiba é a terceira cidade do mundo em número de habitantes de origem polaca – atrás de Chicago e de Varsóvia – e a única do Brasil a ter grafia em polonês: Kurytyba. O autor acredita que entender a influência dos poloneses na história e nos “causos” de Curitiba é saber mais sobre a identidade paranaense.Uma das primeiras pessoas com quem Mendonça dividiu a idéia de escrever o livro foi Jaime Lerner – ele também de origem polonesa. O arquiteto disse que a tarefa seria complicada, pois se trata de um humor “oral”. A graça de algumas histórias está no sotaque, capaz de dar significados inusitados (e hilários) até para nomes de ruas. O livro cita exemplos: Padre Agostinho vira Padre “Gostosinho”, Ubaldino do Amaral fica “O Baldinho” do Amaral e Saldanha Marinho, de modo misterioso, se transforma em “Sandálha” Marinho.A solução encontrada por Mendonça foi tentar transcrever o modo de falar para o texto, usando acentos e um tanto de criatividade. A Banda Polaca tem ilustrações geniais de Márcia Széliga, umas feitas para o livro e outras reproduzidas de seus cadernos de estudo, quando cursou a universidade em Cracóvia.Nas piadas – ou “causos” –, ao contrário do que acontece com os portugueses, quase sempre retratados como burros ou ignorantes (ou ambos), os poloneses são, de modo paradoxal, ingênuos e espertos.Para o autor, o paranaense tem um modo próprio de fazer humor que parece mais ligado ao enredo de uma boa história do que ao punchline (o arremate que faz rir) de uma piada.* * * * * Serviço: Lançamento do livro A Banda Polaca – Humor do Imigrante no Brasil Meridional, de Dante Mendonça com ilustrações de Márcia Széliga (Novo Século, 148 págs., preço a definir). Casa Romário Martins (R. São Francisco, 30 – Largo da Ordem), (41) 3321-3255. Dia 26 de setembro, às 18 horas.


Festival do repolho azedo

Panelaço de Repolho

Foto: dos organizadores

A cidade de Żywiec, no Sul do país - fronteira com a Eslováquia, promoveu no fim-de-semana (17-20 de agosto) mais um "Festiwał Kwaśnicy" (Festival do Repolho Azedo), com a pretensão de ser mundial. Foram cozinhados 11 mil litros de sopa de "Kapusta kwaśny" (repolho azedo). A idéia dos organizadores do festival é de que este ano a sopa de Żywiec entre para o Guiness - livro dos recordes. Em anos anteriores, o festival era realizado apenas nos restaurantes da cidade. Neste ano, com vários patrocinadores foi possível expandir o evento para um parque, onde além da desgustação, os participantes contaram com espetáculos de vários artistas do país. Mais de 40 mil pessoas tomaram a deliciosa sopa, que teve como cozinheiros, os mais famosos "chef" de programas de culinária da Polônia.

"kapusta para mais de litro"

Foto: Anna Duda

Os Kaczyński

Foto: AFP
Mas parece que nem todos pensam como o inglês. A chanceler alemã Angela Merkel afirmou ao jornal "Sueddeutsche Zeitung" que os gêmeos polacos, para além da política de confronto com a União Européia, gozam de sua simpatia pessoal. "Os dois homens fortes do Vístula" tendem a se aproximar de uma política de interesses comuns polaco-alemães.

Polônia - um país para se rir

Norman Davies
Foto: D Lewandowski

O inglês Norman Davies, autor de um dos mais importantes livros, sobre a "História da Polônia" (em inglês), entrevistado pelo jornal Gazeta Wyborcza, disse que há vinte anos, os polacos reclamavam que ninguém no exterior falava sobre o país. "Hoje, porém, todos comentam que se tornou um país risível" com seus gêmeos Kaczyński (Lech - Presidente e Jarosław - Primeiro ministro), "mas sei que nem todos no país enlouqueceram". Apesar das piadas que correm na Europa, em relação aos governantes do país, os polacos são reconhecidos na Inglaterra e Irlanda como mão-de-obra qualificada, eficiente e trabalhadora.
Davies também escreveu o extenso livro "Europa" sobre a história do continente, "Levante de 44" sobre a revolta da população de Varsóvia contra os nazistas alemães e "Wrocław" sobre a cidade polaca que mudou de nome várias vezes em função das invasões alemãs (e prussas) e moravia.
"Se este estilo de política se mantém, a Polônia pode perder a simpatia, que conquistou nos últimos anos no mundo", afirma o historiador inglês, que completa "O velho estereotipo sobre os polacos como estranhos e irracionais pode voltar".

Tempestade assassina

Foto: Konrad Zelazowski


As fortes tempestades que atingiram a região Nordeste da Polônia, na tarde desta terça-feira, causaram a morte de 3 pessoas, dezenas de feridos e 10 desaparecidos. Os ventos fortes na Mazúria atingiram barcos que veraniavam nos infindáveis lagos daquela região. As buscas prosseguem, nesta quarta-feira, debaixo de muita chuva. Em Białystok mais de 40 mil casas ficaram sem energia. Na região central do país, os fortes ventos derrubaram centenas de árvores dos bosques.