domingo, 15 de julho de 2012

Dra. Władysława Wołowska Mussi morreu

médica Władysława Wołowska Mussi
A primeira filha de imigrantes polacos a receber o diploma de médica da mais antiga universidade do Brasil, Władysława Wołowska, em 1932, morreu neste sábado, em Florianópolis. 

Considerada também a primeira mulher a exercer profissão de médica no Estado de Santa Catarina, Wladysława nasceu na Colônia Muricy, município de São José dos Pinhais, no Paraná. 

Dra. Władysława morreu no Hospital de Caridade, em Florianópolis, na manhã deste sábado, vítima de complicações em cirurgias, depois de ter fraturado os dois fêmures. Ela faria 102 anos no próximo mês. O velório começou às 18h de ontem na capela mortuária do Cemitério São Francisco de Assis, no Bairro Itacorubi, em Florianópolis. 

O enterro acontece às 11h deste domingo. Ela estará no mesmo túmulo do esposo, o médico e político Antônio Dib Mussi, que havia falecido em 1959. 

Filha de imigrante polaco e de uma brasileira descendente polacos, Władysława se formou em 1932, na Faculdade de Medicina do Paraná, cujo patrono do ensino da cirurgia no Paraná é o também polaco Dr. Szymon Kossobudzki, um dos membros fundadores da Universidade do Paraná, a atual Universidade Federal do Paraná.

No ano seguinte, Władysława se casou com Dib Mussi e foi morar em Santa Catarina.Viveu anos em Laguna, cidade natal de seu marido. Depois foi morar em Órleans e finalmente Florianópolis. 

A médica trabalhou no serviço de saúde pública e clinicou até depois dos 70 anos. Władysława deixa três filhos: a professora universitária Zuleika Wołowska Mussi Lenzi, o professor universitário Carlos Wołowski Mussi e o cardiologista Mário Wołowski Mussi. E oito netos e três bisnetos. 

Ginecologista e obstetra, Dra. Władysława fez o parto de conhecidos florianopolitanos, como o desembargador aposentado Norberto Ungaretti. 

Sua irmã, dentista em Curitiba, também considerada a primeira descendente de imigrantes polacos, na mesma UFPR conta que quando ainda eram estudantes, um deputado federal paranaense e importante membro da elite curitibana da época, publicou um artigo num jornal de grande circulação em Curitiba desqualificando as duas irmãs polacas. 

Em certo trecho do artigo o conhecido colunista escreveu que era um absurdo duas representantes do sexo feminino terem a ousadia de frequentar um curso universitário, ainda mais sendo polacas da colônia. 

Os comentários do nobre jornalista deputado chegaram aos ouvidos do velho polaco. Sem falar muito bem o idioma português, o pai das duas polaquinhas foi até o jornal tirar satisfações. 

Como o famoso colunista vivia no Rio de Janeiro cumprindo seu mandato, o velho polaco foi encaminhado a sala do diretor. Este o recebeu em pé e estendendo a mão. 

Mas o polaco de Muricy ao invés de estender a mão ao diretor, cerrou os punhos e emendou um sonoro murro na cara do diretor do jornal, virou as costas e saiu pela mesma porta onde havia entrado.