terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Cracóvia: sempre algo mais a dizer

Rynek de Cracóvia às 17 horas - Foto: Ulisses Iarochinski

Cracóvia (em idioma polaco Kraków) localiza-se no sul do país, nas margens do rio Vístula. Possui uma população de 756.336 habitantes, segundo estimativa de 2007. É capital da Voivodia (divisão administrativa equiparada a Estado) da Małopolska (Pequena Polônia). 
Tem uma área de 327 km2 (126.3 m²) e está a 219 metros de altitude. Possui temperaturas médias no verão de 17 °C a 29 °C e de 0 °C a 20º C negativos no inverno. Normalmente de 23 a 58 dias por ano a cidade convive com temperaturas muito baixas, em torno de 15ºC negativos. 
A cidade é dividida em 18 bairros, incluindo o centro histórico. Com 7 universidades a cidade possui 170 mil estudantes universitários.
É cidade parceira de outras 31 cidades ao redor do mundo, sendo que Curitiba, no Paraná, é considerada cidade-gêmea de honra. 
É servida por um sistema de transporte que inclui ônibus e bondes elétricos. Ligada internacionalmente por trens de passageiros e pelo Aeroporto Internacional Papa João Paulo II (voos diretos para Tel Aviv, Chicago, Nova Iorque, Dublin, Munique, Viena, Londres, Paris e Barcelona, entre outras).

Curitiba a 11.500 km de Cracóvia - Foto: Ulisses Iarochinski

O nome Kraków é derivado de Krakus (ou Krak), legendário fundador da cidade e chefe tribal dos Lechitians (o povo de Lech, um dos três irmãos da lenda que formou o povo Polaco). Outra origem seria em função da palavra protoeslava Krak que significava pessoa do juiz, além da associação com palavra krak que significava a árvore carvalho.
A primeira menção sobre o Príncipe Krakus data de 1190. Mas ninguém tem provas de que ele realmente existiu, bem como sua filha Wanda e o dragão de Wawel. Tudo seria lenda.
A cidade, contudo, foi fundada por volta do ano 700 e habitada nesta época pela tribo dos vistulanos, embora descobertas arqueológicas comprovem já existir povoamento no local há mais de 5 mil anos. 
Foi capital da Polônia entre 1038 a 1596. Em 1257, baseado na lei de Magdeburg, foi elevada a categoria de cidade podendo exercer os benefícios de imposto e privilégios de comércio para seus cidadãos. Foi atacada e devastada pelos tártaros (mongóis) nos anos de 1241, 1259 e 1287. Invadida e ocupada pelo Império Habsburgo fez parte da Áustria, com o nome de Krakau entre 1795 e 1809 e mais tarde de1846 a 1914. Neste intervalo, Napoleão Bonaparte, em 1809 capturou territórios polacos dos austríacos e separou a cidade do Ducado de Varsóvia, independente, 
entretanto subordinando o estado polaco ao Rei da Saxônia, Frederick Augustus I. Com a derrota de Napoleão na Rússia, o Congresso de Viena restabeleceu seu poderio sobre a cidade, em 1815, porém com o status de cidade livre. Em 1846 estourou a Insurreição de Cracóvia, imediatamente reprimida pelos austríacos e assim ela voltou a ser anexada ao Império Austro-húngaro como sede do Grande Ducado de Cracóvia sob tutela dos Habsburgos.
O centro histórico de Cracóvia junto com o bairro do Kazimierz e colina de Wawel foram inscritos pela UNESCO, em 1978, na lista do Patrimônio Mundial. 

Uma nova Plac Nowy?

Foto: Grazyna Makara / AG

Como deveria ser a Plac Nowy, no centro do bairro do Kazimierz? Com mais flores e verduras? Ou com um jardim cheios de mesinhas para a se tomar café, ou uma boa cerveja polaca?
A prefeitura está preparando um concurso para modernizar a praça do comércio do bairro judeu do Kazimierz. Alguns moradores do bairro já se adiantaram e trouxeram George Nicholson, membro do conselho do mercado londrino para discutir as mudanças e aproximá-lo do formato do mais antigo mercado de Londres, o Borough Market.
A prefeitura embora deseje modernizar a praça já designou o artista plático e membro do departamento de conservação da cidade e da voivodia, Jacek Stokłosa para coordenar os trabalhos.
Seja como for, cada vez mais o bairro como um todo se volta para o turismo e com certeza, turista não vai ali para comprar alface ou um quilo de tomate. As discussões se alguns setores da cidade, após o anúncio da prefeitura, defendem a permanência da feira-livre com a colocação de alguns serviços e estabelecimentos como farmácia e padaria 24 horas.
A idéia de alguns moradores de transformar a praça em algo parecido com o Borough Market também compromete a idéia de que o Kazimierz cada vez mais se aproxima do Soho e não do Borough, mais do Village do que do Chinatown e muito mais do Quartier Latin do que um centro de verdureiros. Embora tenha que se pensar nos moradores, servir apenas a eles é um contrassenso para quem está gastando milhões em promoção turística da cidade em redes mundiais como a BBC e a CNN.