segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Centro-direita virtual vencedor

Donald Tusk comemora vitória. Foto AFP

Jarosław Kaczyński (iarossuaf catchinhski) não esperou pelo resultado das eleições deste domingo para reconhecer que foi derrotado. Embora a comissão eleitoral só vá apresentar a lista dos vencedores nesta terça-feira, o primeiro-ministro admitiu a vitória do partido de Plataforma da Cidadania (PO - Platforma Obywateska).
O PiS (Prawo i Sprawiedliwości - Lei e Justiça) partido dos gêmeos Kaczyński, segundo as pesquisas de boca-de-urna conseguiu 31% dos votos, enquanto o PO fez 44%. O comparecimento de 55% dos eleitores foi um dos mais altos desde 1989. As eleições foram realizadas dois anos antes do previsto, forçadas pela ruptura da coalizão de direita comandada pelo gêmeo primeiro-ministro, depois de escândalos sexuais e de corrupção envolvendo membros dos partidos aliados. Os polacos elegeram 460 deputados para o Sejm e 100 senadores. O partido vencedor tem em seu plano de governo acabar com o Senado da República. Com eles no governo, o futuro dirá se realmente o PO vai acabar com o Senado. Se Kaczyński está mais à direita, Tusk não está muito distante: é centro direita. Ambos são conservadores, retrógrados e fervorosos católicos apostólicos romanos. Na questão econômica, talvez, eles tenham suas diferenças, pois enquanto Kaczyński é nacionalista, Tusk é liberal e acredita que um país deve ser ter um Estado mínimo para que os empresários possam especular sem rédeas. Até agora, o governo dos gêmeos fez uma caçada aos ex-dirigentes da época comunista e causou uma série de atritos na União Européia. Já o liberal PO promete não ser o "patinho feio" da Europa unida e mandar de volta pra casa os 900 soldados enviados para a invasão do Iraque pelo ex-presidente Aleksander Kwaśniewski, um dos líderes da esquerda que ainda restou na Polônia. Aliás, seria bom um estudo sobre o comunismo na Polônia, pois a cada dia que passa fica evidente que o sistema teve tudo, menos uma coloração esquerdista. Incoerência? Talvez, mas como a igreja católica sobreviveu num Estado ateu é a pergunta que os teóricos do Ocidente ainda não conseguiram responder.